Segundo as investigações, José Antonio Fasiaben usava o CNPJ de uma padaria para lavar dinheiro usando contas isentas de impostos; defesa diz que ele não praticou nenhum tipo de crime.
O ex-provedor da Santa Casa De Sorocaba, José Antonio Fasiaben, foi indiciado nesta terça-feira (21) em mais um inquérito – o sexto que ele responde – pela Polícia Civil. A investigação apura crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Fasiaben é acusado de ter cometido vários crimes, entre eles desvio de dinheiro público, estelionato, corrupção ativa e associação criminosa. Ele foi preso pela Polícia Civil no dia 15 de agosto do ano passado e ficou quase um mês na cadeia. O ex-provedor responde às acusações em liberdade.
O advogado do ex-provedor da Santa Casa, Daniel Bialski, informou à TV TEM que a defesa irá provar – em todos os processos – que Fasiaben não praticou nenhum tipo de crime e que não participou de nenhum esquema apontado nas denúncias.
De acordo com informações da Polícia Civil, o novo inquérito, que tem mais de 600 páginas, apura o vínculo da Santa Casa com Fasiaben como provedor e também como pessoa física. As investigações apontam que cheques e quantias originadas de pessoas que teriam prestado serviço pessoal para ele seriam depositados diretamente nas contas da unidade de saúde.
Fasiaben teria usado o CNPJ de uma padaria da qual é sócio proprietário para receber cheques informalmente. “Ele utilizou os dados da empresa para depositar o dinheiro da sua padaria nas contas de pessoa jurídica da Santa Casa, que são isentas de impostos, e depois sacava”, explica um dos delegados responsáveis pela investigação, Marcelo Carriel.
Ainda segundo a polícia, o dinheiro não era rastreado e foi encontrado com ajuda dos depoimentos dos próprios emitentes dos cheques que negam ter prestado serviço para a Santa Casa, e sim ao próprio Fasiaben como pessoa física e jurídica.
“As provas sobre este caso são materiais, como cruzamento de contas e valores, análise contábil e depoimentos dos emitentes dos cheques, que foram taxativos ao afirmar que os cheques não eram destinados à Santa Casa e sim à padaria de Fasiaben”, ressalta Carriel.
Para concluir o inquérito, a polícia solicitou que Fasiaben prestasse depoimento nesta terça-feira, mas o advogado de defesa dele pediu adiamento para que pudesse dar vistas ao inquérito, que deve ser encaminhado em seguida ao Poder Judiciário.
Série de infrações
As irregularidades na administração da Santa Casa de Sorocaba começaram a ser descobertas depois de uma auditoria contratada pela prefeitura em 2014.
O caso chegou à Polícia Civil que começou a investigar as denúncias. Fasiaben é suspeito de ter provocado um rombo nas contas do hospital, mas a polícia diz que ele não agia sozinho.
Pelo menos outras duas pessoas também sabiam das irregularidades: Ademir Lopes, que trabalhava na contabilidade do hospital e Selma Durão, administradora do plano de saúde da Santa Casa.
Ademir também foi preso na época, está solto e responde ao processo em liberdade, já Selma ficou foragida, mas conseguiu na Justiça derrubar o pedido de prisão.