Preso nesta sexta (6), ex-diretor da Dersa é acusado de corrupção nas obras da Rodoanel
Mariana ZylberkanMario Cesar Carvalho
SÃO PAULO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que não conhecia o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, preso na manhã desta sexta-feira (6) sob acusação de corrupção nas obras do Rodoanel.
“Na realidade, no meu governo não teve nenhum problema [de corrupção]. Aliás, nós que investigamos. Foi a Dersa que investigou [as acusações de desvio de dinheiro] e levou ao Ministério Público”, disse o governador nesta sexta (6) durante inauguração de quatro estações da linha 10-prata do metrô.
Paulo Preto chegou à diretoria da Dersa em junho de 2005, nomeado por Alckmin, governador na época. Na ocasião, passou a ocupar a diretor de relações institucionais da empresa.
Era, porém, um cargo sem muito poder. Em 2007, quando José Serra (PSDB) assumiu o governo paulista, Paulo Preto é promovido para um cargo bem mais importante: a diretoria de engenharia, responsável pelas grandes obras.
Ele ficou nessa função até 2010. Tucanos apontam o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, como o padrinho político de Paulo Preto. Tanto Serra quanto Aloysio negam ter recebido recursos ilegais supostamente arrecadados por Paulo Preto em sua campanha.
Em março, a Lava Jato denunciou o ex-diretor por desvio de R$ 7,7 milhões, entre 2009 e 2011. O recurso era destinado ao realojamento de famílias desalojadas pela Dersa para a construção do Rodoanel, obra realizada na gestão do tucano José Serra (2007-2010).
Em relação ao decreto de prisão do ex-presidente Lula, Alckmin disse: “decisão judicial se cumpre, se respeita. Todos têm direito à defesa. É constitucional, sagrado. Agora, decisão judicial tem que ser respeitada.”
OUTRO LADO
Em nota, a defesa de Souza afirma que a prisão do ex-diretor da Dersa não está ligada à Lava Jato e faz parte das investigações sobre supostas irregularidades na construção do Rodoanel Sul.
Os advogados Daniel Bialski e José Roberto Santoro dizem que o mandado é uma medida arbitrária, sem fundamentos legais e desnecessária “diante do perfil e da rotina do investigado, sempre à disposição da Justiça”.
Reprodução da Folha
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