Parlamentares querem investigar corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação. Líderes partidários precisam indicar integrantes, para o funcionamento da CPI
247 – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC foi oficialmente criada, nesta quarta-feira (6), após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ler os requerimentos de criação de três novas CPIs, uma das quais para investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).
Com a leitura dos requerimentos, as comissões ficam oficialmente criadas, mas líderes partidários precisam indicar integrantes, para iniciar o funcionamento de CPIs.
Uma das comissões tem como objetivo a investigação do crime organizado e do narcotráfico. Outra pretende apurar possíveis irregularidades em obras inacabadas.
Denúncias de corrupção no MEC
A Polícia Federal iniciou as investigações sobre corrupção no MEC após a divulgação de um áudio, em março, quando Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, liberava dinheiro do MEC por indicação de dois pastores, Arilton Moura e Gilmar Santos.
Servidores disseram que Milton Ribeiro recebia com frequência o pastor Arilton Moura em seu gabinete e na casa do ex-titular do MEC.
O empresário Edvaldo Brito detalhou sobre como funcionava a cobrança de propina para receber repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-assessor do MEC Luciano Musse recebeu R$ 20 mil a pedido do pastor Arilton Moura, para intermediar um encontro de Milton Ribeiro com prefeitos.
O advogado Daniel Bialski, que defende Ribeiro, confirmou a existência de um depósito na conta da mulher do ex-titular do MEC no valor de R$ 50 mil feito por um parente de Arilton Moura.
Envolvimento de Bolsonaro
Em outro áudio, Ribeiro afirmou a uma pessoa que Jair Bolsonaro (PL) tinha avisado o ex-ministro sobre uma operação no MEC.
Esposa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, Myrian Ribeiro afirmou a um interlocutor, às 9h19 da última quarta-feira (22) que o ex-titular da pasta “tava sabendo” com antecedência da realização de uma operação contra ele. Naquele dia, Ribeiro foi preso por acusação de envolvimento em tráfico de influência e corrupção no MEC.