Os três adolescentes suspeitos de espancar um jovem de 17 anos em Campinas conseguiram a liberdade assistida depois de uma audiência na Justiça que ocorreu ontem (10) na Vara Criminal. Eles estavam internados em unidades da Fundação Casa desde o dia 19 de setembro. O caso aconteceu no começo do mês passado na região do clube Sociedade Hípica de Campinas.
A liberdade dos adolescentes, todos de 17 anos, foi decidida após cinco horas e meia de audiência. Os três adolescentes saíram da Cidade Judiciária e foram direto para casa. Depois de 22 dias internados em unidades da Fundação Casa eles receberam o direito da liberdade assistida com algumas restrições.
“O juiz deferiu essa substituição determinando que eles fossem pra casa, pra ter assistência dos pais, pra ter acompanhamento psicológico e com algumas restrições que são processuais, de não entrar em contato com nenhuma das partes envolvidas, com as testemunhas. Mesmo que elas tenham sido ouvidas”, afirmou o advogado de defesa Daniel Leon Bialski.
Ao todo 23 testemunhas foram chamadas pelo Ministério Público para prestarem depoimentos. Incluindo a vítima, que chegou acompanhada dos pais e advogados.
A agressão aconteceu no dia 2 de setembro. Câmeras de segurança registraram quando os três adolescentes chegaram de carro na casa da vítima. Eles foram levados de carro pelo pai de um deles que na sequência vai embora no carro. A vítima sai no portão da casa onde mora e começa a discutir com os outros meninos. Enquanto isso, um carro semelhante ao que deixou o trio passa várias vezes em frente a casa da vítima.
O jovem começa a ser agredido com socos e pontapés e depois tenta fugir. Mas é perseguido. Nesse momento o carro volta, um dos adolescentes tropeça e cai ao chão e continua a correr. O motorista do carro, desce e o carro fica ligado. Pouco depois, os adolescentes voltam para o carro. E o jovem agredido aparece mancando.
O motorista, único adulto que aparece nas imagens é o pai de um dos adolescentes agressores. ele é um advogado conhecido em Campinas. No último dia 7 de outubro ele foi denunciado pelo MP por corrupção de menores e lesão corporal grave por ser o único adulto presente na ação e envolvido no caso.
“No momento adequado a defesa vai se manifestar, apresentar a peças e tomar as providências que entender necessárias”, afirmou o advogado de defesa.
O juiz agora vai analisar todos os depoimentos e ele pode determinar novas diligências ou simplesmente a sentença direto, mas ainda não há uma data definida pra isso acontecer.
O advogado que representa a vítima disse que não vai recorrer a decisão proposta ao MP.