Ex-diretor em gestões tucanas é preso pela PF

Ex-diretor em gestões tucanas é preso pela PF

Segundo a Procuradoria, Paulo Vieira está por trás de ameaças a acusadas de esquema de desvio de recursos da estatal em gestões tucanas

O Estado de S. Paulo.

7 Apr 2018 / LUIZ FERNANDO TEIXEIRA, FÁBIO SERAPIÃO, LUIZ VASSALLO, FAUSTO MACEDO e IGOR MORAES

 

Investigado por desvios de R$ 7,7 milhões de obras viárias em São Paulo durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza foi preso pela Polícia Federal por suposta ameaça a uma mulher, denunciada no mesmo caso. Souza é apontado como operador do PSDB. O partido nega.

 

A Polícia Federal prendeu ontem o ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), Paulo Vieira de Souza, sob acusação de ameaça a uma mulher, também denunciada no processo que investiga desvio de R$ 7,7 milhões da estatal paulista entre 2009 e 2011, durante os governos do PSDB de José Serra e Geraldo Alckmin. Vieira de Souza é apontado por investigadores como antigo operador do PSDB – o partido nega (leia texto ao lado nesta página ).

 

A prisão preventiva foi decretada na segunda-feira pela 5.ª Vara da Justiça Federal de São Paulo, mas, segundo a Procuradoria, apenas ontem a PF conseguiu se mobilizar para cumprir a ordem. Vieira de Souza foi levado para o Cadeião de Pinheiros, na zona oeste da capital, depois de ser submetido a exames no Instituto Médico Legal.

 

De acordo com o Ministério Público Federal em São Paulo, ao menos três ameaças foram recebidas pela ex-funcionária do departamento de assentamento da Dersa, Mercia Ferreira Gomea, e sua irmã, Márcia. “São ameaças de que ela iria sofrer represálias, que ela iria ‘cair’ junto. O objetivo (da prisão) não é só preservar provas, mas preservar a integridade física da ré”, disse a procuradora Thaméa Danelon, coordenadora interina da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.

 

Segundo a procuradora, as pessoas que fizeram diretamente as ameaças não foram identificadas e também não existem registros em vídeo ou imagem dos momentos das coações. Thaméa garantiu, contudo, que o MPF chegou a elementos suficientes para comprovar a necessidade do pedido de prisão preventiva contra o ex-diretor.

 

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Vieira de Souza. Por ordem da juíza Maria Isabel do Prado, a 5.ª Vara da Justiça Federal de São Paulo também bloqueou quatro contas de Vieira de Souza, cujos saldos continham ao todo 35 milhões de francos suíços – o equivalente a R$ 113 milhões na cotação atual.

 

A força-tarefa acusa Vieira de Souza e outras quatro pessoas por desvios de recursos das obras do trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a Nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a Procuradoria, Vieira de Souza “desviou em proveito próprio e de terceiros, entre os anos de 2009 e 2011, o total de R$ 7,7 milhões (valores da época) em recursos e imóveis destinados ao reassentamento de pessoas desalojadas por grandes obras viárias realizadas pela empresa estatal paulista Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) na região metropolitana de São Paulo”.

 

Segundo a denúncia, o ex-diretor comandava o esquema, que envolvia também dois exocupantes de cargo em comissão na empresa, José Geraldo Casas Vilella, chefe do departamento de assentamento da Dersa, e Mercia Ferreira. Também é acusada de integrar o esquema uma irmã desta funcionária, Marcia Ferreira Gomes, e a psicanalista Tatiana Arana Souza Cremonini, filha de Souza.

 

Os cinco são acusados pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação. A denúncia relata em detalhes “três eventos criminosos” envolvendo os acusados e contou com provas obtidas por auditoria da própria Dersa.

 

O primeiro trata da inclusão de seis empregadas da família de Paulo e de sua filha Tatiana no programa de reassentamento do trecho sul do Rodoanel Mário

 

Covas. Entre 2009 e 2012, todas elas foram agraciadas com apartamentos da CDHU no valor de R$ 62 mil na época, além de R$ 300 de auxílio mudança.

 

O segundo fato narrado trata dos desvios de apartamentos e indenizações, nos anos de 2009 e 2010, para parentes e pessoas ligadas à funcionária, que resultou no pagamento de indenizações no total de R$ 955 mil, em valores sem juros e correção. Contudo, foi apurado que os familiares e pessoas ligadas à ela não receberam qualquer indenização.

 

O terceiro fato narrado na denúncia aborda 1.773 pagamentos indevidos de indenizações irregulares para falsos desalojados pelo prolongamento da Jacu Pêssego, que foram cadastrados como se fossem moradores das áreas Vila Iracema, Jardim São Francisco e Jardim Oratório, causando um prejuízo de R$ 6,3 milhões em valores da época.

 

Se houver a condenação, e aplicada a pena conforme solicitado pelo MPF, as penas de Vieira de Souza e José Geraldo poderão variar de 15 a 81 anos, mais o agravante do crime continuado. Já Tatiana, filha de Paulo Vieira de Souza, pode receber uma pena entre 5 e 27 anos de prisão.

 

Detenção é ‘desnecessária’ afirma a defesa

 

O Estado de S. Paulo.

7 Apr 2018

 

A defesa do engenheiro Paulo Vieira de Souza afirmou, em nota, que a prisão do ex-diretor da Dersa é “arbitrária”, “desnecessária” e “sem fundamentos legais”. Segundo os advogados Daniel Bialski e José Roberto Santoro, Vieira sempre esteve à disposição da Justiça.

 

Em nota, o PSDB de São Paulo diz que não “manteve, em tempo algum, qualquer vínculo com Paulo Vieira de Souza” e que “não tem relação com o processo questão”. A sigla afirma ainda que apoia as investigações e que espera que o caso seja elucidado.

 

O agora ex-governador de São Paulo (mais informações na página A15), Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que “não conhecia” o ex diretor da Dersa na gestão do PSDB, ao ser questionado se ele era um homem de confiança de seu governo. “Não, eu nem o conhecia. Na realidade, no meu governo não teve nenhum problema. Aliás, nós é que investigamos. Foi a Dersa que investigou e levou ao Ministério Público”, disse.

 

O senador José Serra (PSDBSP) não quis se pronunciar sobre a prisão do engenheiro. Em nota, a Dersa afirmou que é um dos “grandes interessados quanto ao andamento das investigações.” Já a defesa de José Geraldo Casas Vilela, ex-diretor da Dersa, disse que prisão de seu cliente é “desnecessária” e “ilegal.” As defesas dos demais citados não foram encontradas.

 

07/04/2018

 

Polícia pode entrar no sindicato à noite, diz advogada

 

Sylvia Urquiza avalia que ex-presidente pode se encontrar a qualquer hora, mas policiais não podem invadir sua residência à noite

 

Luiz Vassallo, Fausto Macedo e Luiz Fernando Teixeira

07 Abril 2018 | 18h38

 

Às 18h30, mais de 24 horas após o prazo – 17h desta sexta-feira, 7 – imposto pelo juiz federal Sérgio Moro para que o ex-presidente Lula se entregue à Polícia Federal em Curitiba, o petista continua entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso triplex, Lula está há de dois dias no prédio da entidade.

 

Em um dia no qual acompanhou missa em homenagem à sua falecida mulher, Marisa Letícia, fez comício em que desafiou seus algozes da Lava Jato para ‘o debate’ e admitiu que se entregaria, Lula não conseguiu deixar o prédio. Ao tentar, em carro prata, junto de seus advogados, foi barrado por um cordão humano de militantes.

 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a alertar os manifestantes que a ‘situação jurídica’ do ex-presidente poderia piorar. “A PF deu meia hora”, afirmou, sobre carro de som. Eles continuam a resistir.

 

“A polícia não pode invadir a residência dele durante a noite. Porém, pode entrar no sindicato e o ex-presidente Lula pode se entregar a qualquer hora, mesmo durante a noite”, afirmou Sylvia Urquiza, sócia do Urquiza, Pimentel e Conto Advogados.

 

o advogado Daniel Bialski disse que Lula ‘pode ser preso a qualquer hora desde q não esteja em sua residência’.”O que há é restrição de horário para a polícia cumprir mandado de prisão e poder entrar na residência. Essa restrição não existe de 2a a 6a, das 6 as 18:00″.

 

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/policia-pode-entrar-no-sindicato-a-noite-diz-advogada/

 

06/04/2018

 

Ex-diretor da Dersa se recusa a fornecer senha de tablet

 

Aparelho foi apreendido durante cumprimento de mandado de busca na residência de Paulo Vieira de Souza, antigo aliado do PSDB preso nesta sexta-feira, 6, em São Paulo

 

Luiz Fernando Teixeira e Luiz Vassallo

06 Abril 2018 | 12h23

 

O ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, que foi preso nesta sexta-feira, 6, por determinação da juíza Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara Federal de São Paulo, também teve sua residência como alvo de mandado de busca e apreensão. Os agentes apreenderam um pen drive e um tablet.

 

Segundo relatório dos agentes, Vieira de Souza não revelou a senha do aparelho. “O detentor recusou-se a fornecer a senha”, anotaram os policiais.

 

Vieira de Souza também teve bloqueados R$ 113 milhões em quatro contas na Suíça pela juíza federal Maria Isabel do Prado. “Constam das informações que em 7 de junho de 2016 as quatro contas bancárias atingiam o saldo conjunto de cerca de 35 milhões de francos suíços, equivalente a 113 milhões de reais, convertidos na cotação atual”, diz o despacho da magistrada.

 

Documento

 

DENUNCIA-DERSA   PDF

 

A PF levou Vieira de Souza para o Cadeião de Pinheiros, na zona Oeste da capital, depois de ele ser submetido a exames no Instituto Médico Legal. Emblemático personagem ligado ao PSDB, do qual teria sido arrecadador, Vieira de Souza tem ligações próximas com políticos importantes do partido.

 

A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo acusa o ex-diretor de Engenharia da Dersa e, ainda, José Geraldo Casas Vilela e outras três pessoas por desvios de R$ 7,7 milhões nas obras do trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a Nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo.

 

COM A PALAVRA, A DEFESA DE PAULO VIEIRA DE SOUZA

 

“A defesa do engenheiro Paulo Vieira de Souza, representada pelos advogados Daniel Bialski e José Roberto Santoro, informou que a prisão do ex-diretor de Engenharia do Dersa – nos governos Geraldo Alckmin e José Serra – ‘não tem qualquer relação com a Lava Jato’.”

 

“A prisão foi decretada no âmbito de processo sobre supostas irregularidades ocorridas em desapropriações para construção do Rodoanel Sul.”

 

No entendimento da defesa, ‘trata-se de uma medida arbitária, sem fundamentos legais, além de desnecessária diante do perfil e da rotina do investigado, sempre à disposição da Justiça’.

 

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/ex-diretor-da-dersa-se-recusa-a-fornecer-senha-de-tablet/

 

Reproduções:

 

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2018/04/06/ex-diretor-da-dersa-paulo-vieira-de-souza-se-recusa-a-fornecer-senha-de-tablet/

 

https://exame.abril.com.br/brasil/mesmo-preso-ex-diretor-da-dersa-se-recusa-a-fornecer-senha-de-tablet/

 

http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/atualidades/ex-diretor-da-dersa-se-recusa-a-fornecer-senha-de-tablet/?cHash=11135e25a59fcd4b28065d9e785f7a4b

 

http://www.destakjornal.com.br/cidades/sao-paulo/amp/pf-prende-ex-diretor-da-dersa-por-desvio-de-dinheiro

 

https://odia.ig.com.br/brasil/2018/04/5528994-pf-prende-ex-diretor-de-empresa-paulista-na-gestao-tucana.html

 

http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=ex-diretor_da_dersa_%EF%BF%BD_preso_em_s%EF%BF%BDo_paulo&id=192328

 

https://www.diariodosudoeste.com.br/noticia/ex-diretor-da-dersa-paulo-vieira-de-souza-se-recusa-a-fornecer-senha-de-tablet

 

http://jornaloguapore.blogspot.com.br/2018/04/pf-prende-ex-diretor-de-empresa-na.html

 

http://www.mtmais.com/2018/04/06/ex-diretor-da-dersa-se-recusa-a-fornecer-senha-de-tablet/

 

http://www.revistavoto.com.br/ex-diretor-da-dersa-paulo-preto-e-preso-em-sp/