Advogado de Andres Sanches defende conselheiro do Corinthians delatado por doleiro, operador de propinas da Odebrecht

A FOLHA de hoje revela que o doleiro Adir Assad comprovará, em delação, esquemas de remuneração ilícitas a políticos do PSDB, em São Paulo, desviados de obras importantes, boa parte destes oriundos da DERSA.

Um dos nomes citados como operador é o de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, conselheiro do Corinthians.

Aliás, no período da gestão “Renovação e Transparência”, não foram poucas as denuncias de desvios de materiais de obras do Estado que teriam sido utilizadas para levantar a reforma do CT da Ayrton Senna, gerenciada pelo então diretor administrativo André Negão e pelo médico Joaquim Grava, esquentadas, segundo fontes, com Notas Fiscais pra lá de suspeitas.

Paulo Preto, segundo a FOLHA, está sendo defendido, coincidentemente, pelo advogado de Andres Sanches, que trabalhou também para livrar de condenação criminal outros dirigentes alvinegros, entre os quais o próprio André Negão, além de Raul Corrêa da Silva e Roberto Andrade (acusados de crimes fiscais).

Trata-se do Dr. Daniel Bialski, que ocupa cargo no clube, o de conselheiro fiscal.

Assad, que delata Paulo, conselheiro alvinegro nº 157 aleito na chapa de Andres Sanches, possui histórico de negócios com o deputado alvinegro, conforme revelou o Blog do Paulinho, em matéria datada de 09 de maio.

A Polícia Federal, em sua Operação Lava-Jato, investiga transferências de recursos originárias da conta do Corinthians para a empresa Engenharia, Terraplenagem e Locação de Equipamentos SDS Ltda, de propriedade do doleiro Adir Assad, preso, recentemente, acusado de ser um dos operadores do setor de propinas da Odebrecht.

O Blog do Paulinho teve acesso a uma das movimentações bancárias.

Nesse extrato, salta aos olhos um TED no valor de R$ 49 mil da conta do Corinthians para a empresa de Assad, por conta de ter sido realizado no dia 23 de fevereiro de 2015, muito tempo após terem sido finalizadas as obras do estádio de Itaquera.

Delatores da Odebrecht afirmaram, à PF, que as obras de terraplenagem do estádio foram bancadas pela construtora, que responsabilizou-se pelos procedimentos.

Por contrato, o Corinthians tem a obrigação de destinar valores ao Arena Fundo de Investimentos – FII, para que este realize os pagamentos aos fornecedores do estádio de Itaquera, sem a participação direta do clube.

Na data desta transferência, 23/02/2015, o presidente alvinegro, recém eleito, já era Roberto Andrade e o diretor financeiro, Emerson Piovesan.